17 de outubro de 2014


Ainda gosto de encarar o céu sobre minha cabeça, e gosto, claro, de olhar minha estrela. Mesmo sabendo que jamais de lá ela sairá, faço certo esforço em checar de quase em sempre. Ah, essa estrela... Confesso também ser estranho encara-la diante de todos os fatos posteriores. Preciso dizer-lhe, estrela, você não é mais tão representante em minha vida, por mais que te admire a cada vez que para cima olho. As janelas dos ônibus servem para te observar, estrela, tenho cada vez mais certeza disso. Olha, estrela, você ainda continua magnífica, encantadora, porém não posso mais dar-me ao luxo de corteja-la como outrora. Não posso pois não quero, não seria justo, não acrescentaria-me nada além do que já tivemos. Do nada que tivemos, do nada que representou tudo que sou, e até aquilo que jamais fui ou serei. 

Você, deslumbrante, continua sendo parte da minha luz na escuridão, só que desta vez és apenas parte, não um todo. Sabes por quê, estrela? Minha luz segue os passos vermelhos dos cabelos daquela moça. A moça que, tão bela quanto tu, está a enfeitiçar este pobre e cicatrizado coração. Estrela, ninguém jamais apagará teu brilho, todavia, acredite, para nosso bem é melhor que eu continue a seguir essa luz neon que surgiu em minha dianteira. Sinceramente, estrela, espero que esse neon envermelhecido não leve-me ao mesmo penhasco que este brilho fosco da tua luz atirou-me um dia. 

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