4 de junho de 2015


Quatro meses de ausência no blog, seis longe da tua presença. A falta de estímulo para escrever neste espaço talvez tenha sido a mesma que senti na vida com a tua saída do país. Resolvi voltar hoje pela proximidade do nosso reencontro, mas essa nova etapa da nossa história tem tudo para ser diferente, não necessariamente melhor.

Vermelha, os meses sem ter a honraria de respirar os mesmos ares que você me fizeram repensar em tudo. Meu sentimento pouco mudou, aliás, a saudade só o fez concretizar-se. O que mudou foi outro sentimento que carreguei comigo por um longo período: a esperança.

Cada vez que decido parar e pensar sobre nós, sobre como poderia ser, seria, foi, me sinto mal. A certeza do não futuro é maior do que a utopia do acontecimento. Você não será minha, nem que eu me esforce muito para isso.

A sociedade que vivemos, ao contrário do que pensa ser, não é meritocrata. Nem deveria. No amor e na vida não tem essa de esforço recompensado, nada disso. Muitas vidas já se foram pelo disseminamento desse pensamento errado. A minha não se irá.

Apesar de tudo que carrego ser imenso e de certa forma bonito, jamais será suficiente para nós dois. Talvez aquela história que eu ouço desde que comecei a escrever e conversar sobre amor seja, de fato, verdade. As melhores histórias não se concretizam. Os melhores amores não acontecem. 

Confesso não estar fechando a porta para você, nem para as possibilidades. Não sou fodão a esse ponto. Sou fraco, moleque, menino. Perto de você, claramente um idiota. Assim, um idiota feliz, mas ainda sim um idiota.

Jamais vou esquecer-me de tudo que passei nesses meses de companhia e ausência, jamais. A experiência viverá eternamente comigo, talvez um dia até se torne livro, inspiração. Seria um prazer escrever uma centena de páginas sobre você, sobre nós, sobre como poderia ter sido, ou como foi, quem sabe? Eu sei, não foi.

Pareço contraditório, eu sei. Digo que não terei mais esperanças e ao mesmo tempo não descarto a possibilidade. Tolo. 

Sou bobo, mas consciente. Como qualquer garoto que sonha ser jogador de futebol e, mesmo sabendo que não conseguirá, não descarta a possibilidade de um dia o destino surpreende-lo. 

Não, você não é como futebol para mim. Você é o meu sonho. Sonho distante, bem distante, principalmente nesse momento, onde mares nos separam.

Futebol é a minha vida, meu dia a dia, algo que não preciso amar todos os dias. Você eu preciso, você eu amo todos os dias. Do futebol eu posso esquecer, de ti, não, não agora, não tão cedo.

Se toda a distância que nos separa e o tempo que não nos olhamos servir de algo, eu ficarei feliz, pois não foi fácil enfrentar esse período torpe. Se não, paciência, voltaremos ao ponto inicial.