15 de dezembro de 2014


Eu desisto.

Alguns anos atrás, depois de enfrentar meu furacão, e sair totalmente esfacelado dele, eu desisti. 

Aquilo não era para mim, não era o que eu gostaria de viver. Amar não valia a pena.

Eu passei anos reconstruindo cada pedaço da minha vida. Não gostava daquele cara que estava no espelho.

Não, nenhuma insegurança estética, isso eu nunca tive. Não gostava mesmo era do cara que me tornei, e acho que até hoje não gosto.

Claro, as coisas mudam, a exposição que ganhamos a cada novo dia nos fazer crescer, amadurecer, dar valores diferentes para atitudes e ações diferentes.

Eu ainda não gosto do cara que vejo no espelho, mas agora consigo enxergar nele alguém que não está mais destroçado. Vejo um homem, não um garoto, vejo alguém completo, não em pedaços.

Eu desisti de desistir.

Sabe, acredito no amor. Confio nas pessoas novamente. A diferença é que agora estou preparado para decepcionar-me com elas. 

Assim como fui vidraça, fui pedra, e talvez nunca tenha percebido isso. 

Alguém já sofreu por mim, pelas minhas atitudes, pelos meus erros.

E seguiram em frente, como eu fiz. Todos sobreviveram.

Não posso esconder que estou apaixonado de novo. Sim, estou, a garota dos cabelos vermelhos tirou de mim cada medo que tive em relação ao coração que tenho.

Pena tudo acontecer assim, sem final feliz. Sem cena legal, sem lembranças, sem beijos, sem abraços, sem diálogos aleatórios que rendem boas risadas, sem apresentação de família, sem amor mútuo.

É engraçado que justamente a pior parte do amor me fez acreditar nele novamente. Parece idiota pensar assim, mais idiota ainda é ter a certeza de que os melhores filmes não terminam como deveriam.

Gostaria de dizer que você e eu protagonizamos um filme sensacional, moça.

Um dia, quem sabe, você o assistirá. 

Um dia, quem sabe, assistiremos juntos.

Um dia, quem sabe, mudaremos o final dele.

Um dia, quem sabe, vou esquecer que por você eu esqueci de esquecer do amor.

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